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Álcool: Um Problema Social entre nós

Texto originalmente produzido para o site Psico.online em novemebro de 2021.





Álcool: vamos falar hoje de um dos "rituais" sociais mais praticado na sociedade e que utiliza uma substância aditiva?

Dentre os ritos da relação humana, não é a reunião para assistir ao futebol ou o casamento de alguém conhecido que se destaca. Acredite se quiser, a "iniciação" de alguém na vida adulta costuma ser cercada por elementos e substâncias que iniciam os novos em adultos sociais.

E para muitos grupos isso não se dá com sexo, gênero ou integrações mas sim com consumo de álcool. Até aí, as substâncias aditivas ao nosso comportamento sempre estiveram presentes na vida humana, naturais ou manipuladas.


Mas o álcool, se destaca dessa "quantidade".


Para uma grande parte das pessoas significa que é seu consumo que o tornará "um adulto".

E justamente por isso é pouquíssimo controlado.


O que leva a um outro ponto: e se a pessoa "tiver tendência natural" para consumir demais? Ela se tornará necessariamente um alcoólatra? E caso isso aconteça, saberá se controlar a ponto de procurar ajuda? Essa tendência natural existe?


Talvez a pergunta mais adequada seja "como identificar se uma pessoa está se utilizando do álcool de maneira nociva ou está virando um alcoólatra ou dependente da substância?"


Em tempo, o termo técnico não é alcoólatra, mas a ideia não é ser técnico aqui, ok?


E mais: poucas pessoas têm o conhecimento de que organizações como a OMS, Organização Mundial da Saúde classifica o alcoolismo como uma doença psiquiátrica por apresentar tanto fatores físicos quanto mentais sobre a sua adição ao comportamento humano "padrão".


De fato, a dependência é mais um problema que necessita ser tratado urgentemente e que possui muitos fatores. Esses dias mesmo, o Brasil atingiu o posto internacional de "o país com a pior política anti drogas do mundo".


Mas voltando nosso foco para o álcool, a mesma OMS aponta para um fato alarmante: em 2016 o consumo de álcool por aqui chegou a superar a média mundial. Ou seja, chegamos ao ponto onde tem mais gente ficando bêbada no país do que no resto do planeta. Preocupante?


Isso reflete na taxa de mortalidade (nacional e mundial), que por exemplo, indica mais de 3 milhões de vítimas diretas ou indiretas das bebidas.


O brasileiro consome em média 8,9 litros de álcool somente no ano da pesquisa, contra 6,4 litros por pessoa registrados em outros 143 países pesquisados.


As tentações são várias, incluindo praticamente todas as comemorações de feriados (com pico no Carnaval) e eventos específicos (festas de família ou de empresa).


Para complicar mais, há também que se levar em conta que o brasileiro tem o hábito de banalizar e ridicularizar histórias envolvendo as atitudes de quem ficou embriagado. Você discorda?


Ainda assim, o hábito comum de situações como essa é ouvirmos as famosas frases "só bebo socialmente" ou "que mal faz um pouquinho de álcool", revelando que não há nenhum tipo de "freio" social.


Em meio a tantos consumidores há uma porcentagem significativa de potenciais consumidores de álcool.


A maior parte deles esconde o fato de haver casos de abuso de bebidas na família, o que poderia indicar uma tendência para desenvolver algum tipo de dependência.


E muitas vezes o que pode ser prevenido vai criando um efeito bola de neve que cedo ou tarde acabará se manifestando de forma nociva.


Esse não é um problema recente. Vejamos um trecho a seguir do relatório publicado pela Presidência da República em 2007 intitulado I Levantamento Nacional Sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira:


"A primeira publicação sobre pesquisa domiciliar no Brasil ocorreu em 1999 e forneceu dados sobre 24 cidades com mais de 200.000 habitantes no Estado de São Paulo. Mais uma vez, as bebidas alcoólicas ocuparam o topo da lista das substâncias psicotrópicas utilizadas. Entre os adolescentes de 12-17 anos, o uso na vida foi de 35% e 2% desses jovens relataram ter tido problemas como consumo de álcool. Essas diferenças são um pouco menores do que as apresentadas nos levantamentos de estudantes e provavelmente são devidas às diferenças metodológicas entre as pesquisas".


Dois anos antes, em 2005 o II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil: Estudo Envolvendo as 108 Maiores Cidades do País, da Senad em parceria com o Cebrid da Unifesp, já havia apontado para aumento do consumo de álcool nos quatro anos anteriores. Diz o relatório:


"O uso na vida de álcool foi de 54,3% entre os adolescentes de 12-17 anos e de 78,6% entre os jovens de 18 a 24 anos. Problemas relacionados ao consumo de álcool foram relatados por 5,7% e 12% dos entrevistados nas faixas etárias entre 12 e 17 anos e entre 18 e 24 anos, respectivamente".


Se você desconfia que algum conhecido tem problemas com o uso de álcool (mesmo que não saiba), envie este texto, em seguida, responda as questões do Audit: teste de identificação de distúrbios com álcool.


Alguns sinais podem ser facilmente notados, dentre eles beber sozinho sem estar numa situação social, beber mesmo quando família e amigos se afastam, mostrar agressividade ao se sentirem acuados, terem alucinações ou sinais de paranóia e tentar a todo custo esconder evidências de ter estado a consumir.


Isso sem falar de sinais ainda mais evidentes como perda de memória, tremores, insônia e falta de apetite.


Lembre-se: há estágios variados de dependência alcoólica e muitos deles podem ser resolvidos se uma ajuda entrar em cena.


Procure saber a fase que a pessoa está antes de mais nada para confirmar suas suspeitas. Você pode, assim, salvar uma vida e ajudar alguém de maneira mais eficaz.


Leia mais sobre o uso de Álcool






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