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O Clube Dos 27


A maldição que ronda os roqueiros e seus excessos ataca em geral quando completam a cabalística idade de 27 anos e os torna mitos instantâneos


Muito já se falou sobre os astros do rock e as consequências de seu estilo de vida desregrado. Porém há um mito que diz que a celebridade instantânea sempre acaba alcançando quando a maioria atinge os 27 anos. De fato, a lista de músicos que já vieram a falecer pelos mais variados motivos, mas sempre nessa faixa etária, é de surpreender mesmo o mais cético.

Poucos chegaram a acreditar que tudo não passasse de uma simples coincidência e começaram a propagar que havia alguma coisa no estilo roqueiro que fazia com que a “idade maldita” afetasse seus corpos ou mentes. Teorias conspiratórias começaram a circular onde se dizia que alguns deles (como Jim Morrison e Jimi Hendrix) seriam agentes da CIA que trabalhavam para o governo e tinham um determinado prazo para poderem se fazer famosos e influenciar o máximo que pudessem da juventude de então até que seriam relocados para outra missão e então seria forjada a sua “morte acidental”.

É difícil saber quem foi o primeiro que teria sucumbido ao efeito dos 27 anos, mas segundo alguma fontes, Alexandre Levy, um compositor e pianista brasileiro, natural de São Paulo, teria sido o primeiro caso, tendo morrido em 17 de janeiro de 1892. Claro que seu nome não é muito citado, uma vez que o Clube ficou mais ligado ao cenário roqueiro e de blues. Assim, para muitos, o caso mais antigo documentado é o da morte do bluesman Robert Johnson, em 16 de agosto de 1938 (confira o Box sobre sua vida).

A trindade mais famosa que deu muito material para as teorias conspiratórias foi composta por um guitarrista, uma cantora de blues e um cantor-poeta: Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison. As carreiras dos três foi considerada como sendo meteórica, todos terminaram em circunstâncias no mínimo estranhas e tudo aconteceu num espaço de menos de um ano (de 18 de setembro de 1970 a 3 de julho de 1971). Não é preciso lembrar que, por mais que se queira ligar as mortes dos três ao uso de drogas e abuso de álcool e outros entorpecentes, ainda há detalhes mal explicados em cada uma das histórias.

De fato, das três histórias, a de Jim Morrison é a que mais rendeu material para os conspirólogos. Porém as demais também possuem suas características dignas de um filme de suspense, como o fato de Janis Joplin ter sido encontrada caída ao lado de sua cama no motel onde estava hospedada segurando ainda alguns trocados em sua mão porque havia comprado um maço de cigarros na noite anterior (que muitos insistiram que era o troco de uma carreira de heroína que ela tinha adquirido). Ou ainda o fato de que, quando Jimi Hendrix se entorpeceu com uma grande quantidade de pílulas para dormir e sua namorada, Monika Dannemann, não conseguiu acordá-lo, chamar uma ambulância e os atendentes terem colocado-o numa posição onde fatalmente se afogou no próprio vômito (para os conspirólogos, se o tivessem deixado em outra posição, o guitarrista poderia ainda estar vivo).

A tabela abaixo mostra a compilação mais completa, retirada de vários livros sobre história do rock, que lista os músicos que teriam sucumbido com a idade fatídica e a causa oficial de suas mortes. Notem que nem todos são roqueiros:


O Pacto de Robert Johnson

Durante a década de 1930 o blues conhece um período em que se torna mais influente e idolatrado. Vários são os filmes feitos por Holywood (como Encruzilhada, de 1986, com Ralph Macchio e Joe Seneca) que mostram meninos brancos que escapam para os centros de blues dominados por negros.

Robert Johnson, o músico em questão, parece ter nascido desde o início para protagonizar um mito do rock. Sua vida não está bem documentada e a grande quantidade de lendas que o cercam tornam qualquer pesquisa difícil. Pesquisadores sérios sobre sua obra e biógrafos confiáveis não apareceram antes do final de década de 1960 e começo da de 1970. A maior parte das informações sobre a vida de Johnson veio de lembranças de familiares e associados que já possuíam, naquela época, pelo menos de trinta e quarenta anos de idade. Até mesmo as imagens mais difundidas dele só foram encontradas em 1973, em fotos que estavam em poder da meia-irmã dele, Carrie Thmpson, e só foram divulgadas no final de década de 1980.

Robert Johnson tinha seu nome completo como Robert Leroy Johnson e nasceu em oito de maio de 1911. Suas grandes composições foram registradas entre 1936 e 1937, todas com uma combinação forte de canto, violão e conteúdo nas letras de suas canções. Toda a mística que se criou ao redor das poucas informações sobre sua vida e as circunstâncias que levaram à sua morte garantiram ao músico o título de “Avô do Rock”. É considerado pela revista Rolling Stone como o quinto maior guitarrista de todos os tempos.

Depois Robert Johnson começou a viajar por todo o território do delta. Viajava de várias maneiras: por ônibus, pegando caronas em trens ou mesmo no meio da estrada. De acordo com o folclore do blues, ele era um jovem negro que vivia numa plantação no Mississippi rural. Tomando pelo desejo de se tornar um grande músico, ele seguiu alguns conselhos para que pegasse sua guitarra (ou seria um violão) e que a levasse para uma encruzilhada próxima a uma plantação à meia-noite. Lá ele se encontrou com um enorme negro (que seria o demônio) que tomou o instrumento de Robert, afinou-o para que pudesse tocar o que quisesse, e a devolveu para ele. O preço: a alma do músico. Em menos de um ano ele teria a fama que tanto almejava.

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