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A Misteriosa Caverna de Anúbis

Em Oklahoma, nos Estados Unidos, existe um lugar que parece provar que os celtas e os adoradores do antigo deus Mitra, talvez egípcios, estiveram na América antes de seu descobrimento oficial



Cada vez mais parece que o descobrimento da América fica aos encargos de povos ligados aos tempos bem mais antigos do que os de Cristovão Colombo (1451-1506), seu descobridor oficial. Vikings, fenícios e outros povos já foram chamados de possíveis descobridores muito tempo antes das caravelas comandadas pelo genovês terem chegado por aqui. Porém, com o passar do tempo, outros indícios começam a surgir e a mostrar que talvez essa parte da história precise ser reescrita. Isso porque falamos de novas evidências no campo arqueológico.

Os canais de exploração e documentação andaram falando muito ultimamente das pesquisas que ultimamente estão em estágio de desenvolvimento num local no mínimo inusitado: Oklahoma, nos Estados Unidos. É lá que está a chamada Caverna de Anúbis, considerada um dos mais significativos exemplos de contato do Velho com o Novo Mundo antes de Colombo. A epigrafia e a mitologia encontradas nesse grupo de cavernas (isso mesmo, apesar do nome no singular, são pelo menos cinco catalogadas) estão entrelaçadas num complexo de pedras preparado para prever os equinócios, uma das datas mais importantes para que os antigos pudessem realizar suas colheitas.

No complexo, junto com alguns desenhos inusitados, também foram encontradas frases em celta gravadas em escrita Ogam, cujo alfabeto era usado principalmente em línguas gaélicas, e líbio. Tais textos foram interpretados como sendo referências aos equinócios e tendo menções a Bel (deus celta do outro mundo) e Grian, nome de um rio que fazia fronteira com Síol Anmchadha, um sub-reino da Irlanda que existiu por volta de 800 a.C. Também foram encontrados referências ao nome celta celtas para o deus sol, Belenos.

O que se conhece de tal lugar é relativamente pouco, se formos fazer uma pesquisa ou conversar com os pesquisadores. Sabe-se que os registros lá encontrados estão entre os mais bem conservados da presença de adoradores do deus Mitra, uma divindade encontrada nas mitologias persa, indiana e Greco-romana que representava o bem e a libertação da matéria, ligada até hoje com cultos secretos e seitas iniciáticas.

A exploradora norte-americana Gloria Farley conheceu o local em 1978, apresentado a ela por um rancheiro local. Ela então identificou, segundo um artigo publicado na revista especializada Ancient Americans, uma figura em formato de cão que foi encontrada numa das paredes como sendo o deus-chacal dos egípcios, Anúbis, associado na mitologia egípcia com a mumificação e com a vida após a morte. Dessa identificação é que surgiu o nome do complexo que é usado até hoje.

Isso significaria que celtas ou egípcios estiveram na América do Norte muito antes das caravelas de Colombo? O pesquisador de Harvard, Barry Fell (1917-1994), marido de Gloria Farley, passou muitos anos fornecendo traduções para as inscrições, que chegou a publicar em vários livros que circularam no meio acadêmico, onde explicava a presença de símbolos solares e a orientação geral das cavernas. Ele afirmava que todas as cavernas do complexo continham um alinhamento no equinócio que envolvia uma espécie de interação de luz com sombras. Outro estudo, desta vez por parte de exploradores franceses, chegou a afirmar que tal alinhamento existia de fato, o que levou a um tratamento mais detalhado do conteúdo encontrado nas paredes por parte de arqueólogos astrônomos, cosmólogos e pesquisadores de mitologia pertencentes ao Ancient American Inscriptions, a principal fonte de informação na preparação de artigos que circularam nos meios acadêmicos.


Mitra

Um documentário produzido por Scott Monahan, de Denver,no Colorado, de 1984 chamado History of the Rocks (História das Pedras) documentou em detalhes os detalhes de destaque encontrados nas pesquisas dentro da Caverna de Anúbis. Vinte anos depois o trabalho foi atualizado com um novo documentário, chamado Velhas Notícias, que incluíam documentação em vídeo e comentário sobre as cavernas.

Para Phillip M. Leonard, pesquisador especializado no culto a Mitra que estudou a caverna pelos últimos 25 anos, há um pouco mais a ser revelado nos mistérios que envolvem tais inscrições. Para se ter uma ideia, a chave para se entender tudo está mesmo na figura de Mitra. Como já foi dito, seu culto se espalhou da India para Roma, onde foi adotado e se tornou uma divindade popular especialmente para os soldados. O mitraísmo romano passou por muitas mudanças ao se espalhar pela Bretânia e terras célticas. Foi durante esse período final que foi dada uma ênfase no ato de Mitra que matava o boi, conhecido como “tauroctonia”. Uma explicação do porque tal cena, apesar de ser bem popular, não é apresentada nas paredes da caverna é que as inscrições teriam sido feitas antes do culto adotar tal prática da matança do boi na Europa. Porém um touro (ou bisão) com suas costelas gravadas em estilo céltico foi encontrado na Caverna 3 e acredita-se que seja uma representação da constelação de Touro.

Embora o mitraísmo seja conhecido como uma religião de mistério para os romanos, suas raízes são mais profundas na Pérsia, de onde veio originalmente. Quando o culto se espalhou pela Ásia e Europa, incorporou tradições mais singulares como as encarnações do Deus Sol. Portanto Mitra é chamado também de Bel, mais tarde Apolo, Lugh (da mitologia irlandesa) e até mesmo como o semideus Perseu.

O mitraísmo inclui uma cosmologia que integra constelações, planetas, certos calendários e rituais. Era uma tradição que buscava direcionar a jornada da alma do céu e de volta a ele. Nas cavernas há um falo ereto inserido acima da cabeça do Deus Sol. Tal símbolo era usado nos hieróglifos egípcios para designar “masculino” ou “procriação”. O Deus Sol seria, assim, o procriador que fertiliza a Mãe Terra.

Mitra,por sua vez, é mostrado usando uma capa coberta com estrelas. Na Caverna 2 ele usa a tal capa e se posiciona entre um sol nascente e um poente. Sete raios emanam de sua cabeça. Se pegarmos a designação original de seu nome, Mithrae, veremos que a palavra é de origem irlandesa e designa os raios do sol, segundo os pesquisadores. Os sete raios podem ser uma referência aos sete graus da iniciação mitraica. Cada grau tem seu próprio conjunto de ensinamentos , representado por um corpo celeste e símbolo próprio, que são encontrados num painel geral. O antigo filósofo Porfírio (cerca de 232-cerca de 304) dizia que Mitra era a entidade que regulava os equinócios. Para o filósofo, a entidade “está na linha do equinócio com o norte à sua direita e o sul à sua esquerda. Isto é, Mitra é colocado no equador celestial encarando o oeste”. Vale lembra que a imagem identificada como Mitra está voltada para o oeste com o norte em sua mão direita e o sul da esquerda.


As Cavernas e os Símbolos

Com ou sem a presença de celtas ou egípcios, a verdade é que as cavernas hoje são também uma atração turística que leva milhares de pessoas para verem as antigas escrituras. No total o complexo conta com seis cavernas divididas em dois grupos, com cinco delas de arenito ligadas entre si e uma delas mais ao norte com petroglifos.

As cavernas de 1 a 3 são interligadas por janelas gastas. Em cada uma das cinco principais há diferenets marcas que transmitem coesão. Para todos os que lá estiveram, entretanto, a conexão entre os diversos símbolos lá apresentados ainda se constitui um mistério. Quem teria deixado aquelas inscrições? Celtas, egípcios, romanos ou outro povo qualquer? O local apresenta ainda alguns dilemas que,s em dúvida, deverão entreter os pesquisadores que ainda virão por muito tempo.


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